terça-feira, 30 de agosto de 2016

CCR estima concluir metrô de Salvador em um ano

29/08/2016 -  Valor Econômico

Dentro de um ano, o grupo de infraestrutura CCR tem a intenção de entregar a linha 2 do metrô de Salvador, capital baiana, passando a operar o terceiro maior sistema metroviário do país, com 41 km de extensão quando ganhar mais dois pequenos trechos. Fica atrás apenas dos metrôs de São Paulo e do Rio. 

Após vencer a licitação da parceria público-privada em 2013, por meio da concessionária CCR Metrô Bahia, o grupo sediado em São Paulo revitalizou e concluiu a inacabada linha 1 do metrô baiano, passando a operá-la com oito estações desde o início deste ano. Atualmente, já tem 40% de avanço nas obras da linha 2, que em seu traçado começa na estação Acesso Norte, da linha 1, e vai por 20 km até o aeroporto de Salvador, com plano de avançar até o município de Lauro de Freitas. 

Luís Valença, presidente da CCR Metrô Bahia, diz que no momento o projeto metroviário conta com mais de 8 mil empregados, entre diretos e indiretos. A força de trabalho está espalhada, a grande parte, na obra em curso e na operação e manutenção da linha 1. A concessão tem prazo de 30 anos, sendo 25 anos de gestão do sistema contados desde janeiro deste ano. 

O investimento total no empreendimento, que terá 23 estações, sendo dez com integração de ônibus, é de R$ 4 bilhões. Desse valor, ficou a cargo da CCR o montante de R$ 1,8 bilhão. O restante está dividido entre o governo federal, com R$ 1,2 bilhão, e o Estado da Bahia, com mais R$ 1 bilhão. 

Quando a linha 2 estiver pronta, o transporte de passageiros no sistema vai superar 500 mil pessoas ao dia, informa Valença, executivo que está no grupo CCR desde 1998. Assumiu o cargo atual em fevereiro de 2015, época do início das obras da linha 2. "Para Salvador, será um sistema estruturante que vai reorganizar o atual modelo de trânsito na cidade, muito complicado e congestionado", diz o executivo. 

Estão previstos 40 trens para o sistema, sendo 34 fornecidos pela concessionária. A fabricante é a sul-coreana Hyundai Roten, com unidade em Araraquara, interior de São Paulo, onde faz a nacionalização e a montagem dos equipamentos que são fabricadas na Coreia do Sul. Ao ganhar a concessão, a CCR recebeu metade da linha 1 pronta e seis trens de transporte. Com um novo lote que acaba de chegar a Salvador, a empresa adiciona 20 equipamentos à frota anterior. 

Segundo a concessionária, até dezembro devem estar concluídas e prontas para operação as estações do primeiro trecho da Linha 2: Acesso Norte, Detran e Rodoviária. As nove restantes têm previsão de serem entregues ao longo de nove meses de 2017. 

Valença diz que a geração de empregos diretos na operação do metrô baiano passará dos atuais 1 mil para 1,8 mil quando estiver totalmente concluído. Ele estima mais três mil a quatro mil postos indiretos. 

O governo estadual tem plano de expandir, para além da concessão atual, mais duas estações na linha 1 (Brasilgás e Águas Claras/Cajazeiras) e uma na linha 2, a de Lauro de Freitas. As extensões serão também operadas pela CCR Metrô Bahia. Os projetos dependem de o governo fazer licitações para as obras de construção, informa o diretor. 

Com o metrô de Salvador, o grupo CCR passa a ser operador em sistemas de transporte de três cidades. Já opera a linha 4, Amarela, do metrô paulistano, ainda com quatro estações inacabadas pelo governo paulista, e tem participação no consórcio que operar o VLT do Rio de Janeiro. 

Presente em vários tipos de concessões de infraestrutura no país, a CCR está na gestão de várias rodovias, como o sistema Anhanguera-Bandeirantes e a Dutra, e de aeroportos, como o de Confins, ao lado de Belo Horizonte. Com o metrô baiano, não é por menos que a licitação do aeroporto de Salvador é a que mais atrai o grupo entre as quatros que o governo federal pretende oferecer. A companhia tem como acionistas controladores Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Serveng-Civilsan (do grupo Soares Penido). 




sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Linha 2 do Metrô de Salvador inicia operação até dezembro

26/08/2016 - Revista Ferroviária

As estações Acesso Norte, Detran e Rodoviária serão as primeiras a entrar em operação. No total, a Linha 2 terá 20 km, 12 estações e deve ser concluída em 2017.

A Linha 2 do Metrô de Salvador deve ser inaugurada até dezembro. A informação é da CCR Metrô Bahia, responsável pela obra e pela operação do Metrô de Salvador, que já conta com uma linha em operação, com 12 km e oito estações. A nova linha tem hoje 55% das obras civis concluídas, com trabalho simultâneo em onze das doze estações situadas entre Acesso Norte e Aeroporto. A previsão da empresa é que até dezembro, as estações Acesso Norte, Detran e Rodoviária entrem em operação, permitindo a utilização do metrô para chegar ao atual centro comercial da capital baiana.

Segundo a CCR Metrô Bahia, por estarem inseridas em área de grande movimentação, as estações Detran e Rodoviária exigiram planejamento minucioso de cada etapa, permitindo seu avanço com impactos mínimos à rotina do entorno, mantendo a segurança e a mobilidade dos cidadãos em vias e passarelas de acesso.

Na Estação Rodoviária, cerca de 90% da estrutura está concluída e as obras seguem em várias frentes, com acabamentos no mezanino da estação e nas plataformas de embarque e desembarque, construção da via permanente, entre outros. As obras avançam em direção ao Aeroporto de Salvador. Até o final de agosto, deve acontecer o içamento das vigas do novo elevado do Complexo Viário 2 de Julho que será implantado na região, além da demarcação de área e limpeza do terreno que receberá o canteiro de obra da futura Estação Aeroporto. 

A Linha 2 deve ser concluída em 2017, será composta por 12 estações entre Acesso Norte e Aeroporto, trecho com 20 km, que será percorrido em 27 minutos quando a operação for iniciada.

Salvador – Linha 2 do metrô está com 55% das obras concluídas

12/08/2016 – iBahia

As obras da Linha 2 do metrô Salvador recebeu a visita do secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Carlos Martins, nesta sexta-feira (12). Segundo a Sedur, o trecho está com mais de 55% das obras concluídas e contará, ainda, com uma extensão até Lauro de Freitas e outro terminal de integração de ônibus e metrô, na região do Aeroporto.

“As obras seguem em ritmo avançado, o que nos dá a tranquilidade para cumprir com os prazos estabelecidos e até mesmo antecipar a sua conclusão, prevista para o final de 2017”, afirmou Carlos Martins.

A primeira estação da Linha 2, Acesso Norte, está finalizada, e a do Detran está em fase de retoques, com obras já concluídas. A previsão é que a o trecho entre em operação até o fim do ano, extensivo até a Estação Rodoviária.

Na Avenida Paralela, as estações Imbuí e CAB estão em fase final de acabamento, com expectativa de começar a funcionar no primeiro semestre do ano que vem. As obras na Paralela incluem a abertura de uma nova via expressa, que fará ligação direta com o Viaduto Raul Seixas e com a Avenida Bonocô. Ciclofaixa e pista de Cooper também estão construídas ao longo de toda a Avenida.

No mês passado, a Linha 2 realizou sua primeira viagem. Os primeiros testes com o trem nos trilhos aconteceu do percurso da Estação Acesso Norte 2 em direção à Estação Detran. O sistema tem previsão para chegar ao Aeroporto de Salvador até o fim de 2017.

Linha 1

Desde janeiro deste ano, com oito estações e quatro terminais de ônibus integrados em operação, a Linha 1, com os 12 quilômetros do projeto original, está integrada tanto aos ônibus urbanos quanto metropolitanos. A Linha 1 é composta pelas estações Lapa, Campo da Pólvora, Brotas, Acesso Norte, Retiro, Bom Juá, Bonocô e Pirajá, além de abrigar a oficina de manutenção e lavagem dos trens, o Centro de Controle Operacional (CCO) das Linhas 1 e 2 e o prédio administrativo do complexo metroviário. O metrô funciona diariamente, das 5h à meia-noite


terça-feira, 23 de agosto de 2016

Fluxo do metrô de Salvador aumenta com integração

22/08/2016 - A Tarde

O número de usuários da Linha 1, que liga as estações da Lapa à Pirajá, teve aumento de 120% no movimento de passageiros

Franco Adailton

Cerca de 45 mil pessoas têm utilizado o metrô por
Cerca de 45 mil pessoas têm utilizado o metrô por dia
créditos: Joa Souza/ Agência A Tarde

Para ir ao trabalho, a mercadóloga Carina Rocha, de 28 anos, embarca em um ônibus até o Terminal Pirajá, usa o metrô até a Lapa e, por fim, pega outro coletivo para o Comércio. Depois da integração entre os modais, assim como ela, cerca de 45 mil soteropolitanos têm utilizado o metrô por dia.

Com isso, o número de usuários da Linha 1 - que liga as estações da Lapa a Pirajá - teve um aumento de 120% no fluxo de passageiros. Antes da integração com as atuais 170 linhas de ônibus, somente cerca de 20 mil moradores da capital baiana se deslocavam via metrô, diariamente.

Apesar do crescimento no fluxo de usuários, o movimento de passageiros é cerca de 80% inferior à capacidade de absorção a ser explorada nos trens, que é de aproximadas 200 mil pessoas por dia para a Linha 1, informa o gerente de arrecadação da CCR Metrô Bahia, Jorge Pereira.

A CCR alerta que a medida vale para as linhas urbanas que estampam o símbolo "Integração Metrô", no período de duas horas, mediante o uso dos cartões emitidos pela concessionária ou pelo SalvadorCard, o que não comporta pagamento em dinheiro.

Para adquirir o cartão avulso SalvadorCard, o usuário paga o valor vigente de duas tarifas de ônibus convencionais, que serão válidas para crédito no transporte. Já no metrô, o valor de adesão é R$ 5, também convertidos em crédito. Ambos os cartões valem para os ônibus e para o metrô.

Custo
A adesão gradual ao modal sobre trilhos evidencia que, mesmo para quem mora nos bairros mais distantes da capital baiana, sem a integração, ficava' salgado' para os passageiros terem que desembolsar o valor de duas tarifas de R$ 3,30, apesar da comodidade oferecida pelo metrô.

Por esse motivo, mesmo sujeita a estressantes congestionamentos, Carina se submetia ao transporte de ônibus, levando cerca de 1h30 entre Castelo Branco e o Comércio. O bairro onde mora tem coletivo direto para seu destino final, mas, agora, ela prefere fazer a integração.

"No período de duas horas, devido à integração, posso utilizar até três conduções de casa para o trabalho. Ainda assim, é vantagem", analisa. "Economizo dinheiro e tempo ao não ter que enfrentar muito trânsito", calcula Carina, que leva uma hora até o trabalho.

O vendedor Carlos Eduardo, de 31 anos, relata que a assiduidade no metrô veio com a integração. Segundo ele, os R$ 170 gastos por mês com transporte dobrariam, se não houvesse possibilidade de usar dois modais pelo preço de um.

"Ainda tinha que sair mais cedo por causa do congestionamento na região de Águas Claras", lembra o morador de Fazenda Grande II, que trabalha na Lapa. "São 15 minutos de uma estação para outra. Além da vantagem no preço, tem a segurança e a rapidez no deslocamento", avalia.

Ampliação
Conforme avaliou o gerente de arrecadação da CCR Metrô Bahia, Jorge Pereira, o aumento no fluxo de passageiros do metrô se deve à ampliação da integração com as linhas de ônibus, que passaram de dez, em janeiro passado, para 170, em junho último.

Dos 45 mil usuários da Linha 1, cerca de 40% utilizam ônibus e metrô para se deslocar pela cidade, diz Pereira. "Inicialmente, a integração era limitada. Percebemos que, a cada dia, o fluxo aumenta porque as pessoas vão comentando umas com as outras sobre essa possibilidade", observa.

Pereira informa, contudo, que a integração ainda contempla pouco mais da metade das linhas de ônibus que margeiam a Linha 1 do metrô, que pode chegar até a região de Águas Claras, embora o contrato da CCR com o estado não inclua a ampliação desse trecho.

Questionado sobre a hipótese de Salvador alcançar um patamar de lotação de trens semelhante a capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, Pereira prevê que seja possível.

"Mais para a frente, quando todas as 700 linhas da capital de ônibus estiverem integradas ao metrô, podemos atender 500 mil pessoas/dia", finalizou.

Interligação
Apesar de a integração ter sido proveitosa para os passageiros, o contrato da interligação dos modais deverá passar por uma revisão no próximo mês de novembro, adiantou o titular da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), Fábio Mota.

"Como previa o contrato mediado pela prefeitura e o estado, novembro é o mês em que tanto as empresas de ônibus quanto a CCR devem sentar para rever as cláusulas financeiras", antecipou, ao afirmar que o ponto de divergência é a divisão do valor da tarifa.

Segundo Mota, nos moldes atuais da integração, dos R$ 3,30 referentes ao valor da passagem, R$ 2 são repassados ao metrô, enquanto R$ 1,30 fica com as empresas de ônibus. "A revisão do contrato versa, justamente, sobre a viabilidade econômica das partes", disse.

Indagado sobre a demora para a integração, o secretário argumentou que isso ocorreu devido a três pontos: o estabelecimento das regras financeiras, a conclusão integral da Linha 1 e a divergência sobre a unificação dos cartões utilizados pelos passageiros.

De acordo com Mota, tão logo fiquem prontas as estações de metrô do Detran e da Rodoviária, algumas linhas de ônibus serão extintas. "Porque já não haverá mais necessidade. Sem dúvida, a integração melhora o sistema de transporte público e a mobilidade da cidade", conclui.

Obras

Segundo informações das assessorias de comunicação da CCR e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur), as obras da Linha 2 estão 55% concluídas.

A obra toda - que ligará o Acesso Norte a Lauro de Feitas (Grande Salvador) - deve ficar pronta no final do ano que vem. O trecho prevê um terminal de integração na região do aeroporto.