terça-feira, 17 de junho de 2014

Programa de mobilidade recebe mais R$ 6 bilhões

13/06/2014 - Valor Econômico

Os investimentos na infraestrutura produtiva, de logística e transportes são os fatores responsáveis pela escalada de crescimento da economia da Bahia, nos últimos anos. Mas, do ponto de vista social, a questão da mobilidade urbana salta aos olhos como uma das maiores preocupações. Até 2017, o governo federal deve ser o maior investidor dos R$ 6 bilhões que serão aplicados no sistema metroviário Salvador-Lauro de Freitas, uma obra que, nos últimos 14 anos, construiu apenas seis quilômetros de vias ainda inoperantes "Sob o aspecto da qualidade de serviços à população, especialmente da mais pobre, a questão de mobilidade é gravíssima, pois fere a dignidade do cidadão", diz Bruno Dauster, chefe de gabinete da Casa Civil do governo da Bahia. 

Para dar conta desse desafio, na área de mobilidade urbana, o governo estadual assumiu, em meados do ano passado, as obras de construção do metrô, até então sob responsabilidade da Prefeitura de Salvador. E modificou o modelo de contratação para construção e operação. "Criamos uma Parceria Público Privada, para concessão ao longo de 30 anos, que é um modelo mais competitivo para o transporte coletivo", indica Dauster. 

O grupo CCR, formado pela Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido, único consórcio a se apresentar, foi declarado vencedor da licitação. "A mudança mais significativa é que o metrô deixa de ser uma obra pública para virar concessão. Isso tira o foco da obra e coloca o foco na prestação do serviço", diz Harald Peter Zwetkoff, diretor presidente da CCR Metrô Bahia. 

Segundo ele, a modelagem do negócio para uma primeira etapa prevê um investimento total de R$ 3,6 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão provenientes do governo federal, R$ 1 bilhão do governo estadual e R$ 1,4 bilhão restantes da concessionária. Com isso, se viabiliza a construção e o início da operação e manutenção do sistema, até abril de 2017, com etapas intermediárias. 

"Em junho, iniciamos uma operação assistida do primeiro trecho, que vai da Lapa até a estação do Retiro. Em janeiro de 2015, o metrô chega até a estação de Pirajá, em outubro, até a Rodoviária, em abril de 2016, pegamos mais quatro estações, em outubro, outras quatro estações, e, em abril de 2017, chegamos ao aeroporto, fechando toda a inserção do projeto", diz Zwetkoff. 
Outro foco estratégico é a integração do sistema portuário e ferroviário para escoamento de parte da produção de grãos do Oeste baiano e de minérios na região de Caetitê. O projeto de construção do Complexo Porto Sul, em Ilhéus, está praticamente definido, dependendo apenas da avaliação dos estudos ambientais complementares pedidos pelo Ibama, que serão entregues até agosto, diz Carlos Costa, secretário da Indústria Naval e Portuária da Bahia. Com investimento previsto em R$ 5 bilhões, o Complexo Porto Sul terá duas unidades: um Terminal de Uso Privativo (TUP), que deverá ser construído pela Bahia Mineração (Bamim), com capacidade de movimentação de carga de até 45 milhões de toneladas por ano, e um terminal multiuso, que será construído por meio de uma Sociedade de Propósitos Específicos (SPE). 

O Complexo Porto Sul funciona como elo vital em uma cadeia de transportes que tem como elemento a sua integração com a Ferrovia Oeste-Leste, uma obra do governo federal incluída no Plano Nacional da Viação, orçada em R$ 6 bilhões. Segundo informações da Valec- Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., controlada pelo Ministério dos Transportes, a Fiol terá 1.527 quilômetros de extensão, saindo de Ilhéus até chegar a Figueirópolis, no Tocantins, ponto de interligação com a Ferrovia Norte-Sul. O trecho que está sendo executado na Bahia tem 1.027 quilômetros e a capacidade inicial da ferrovia é de transportar 40 milhões de toneladas ao ano.

Um mapeamento dos investimentos em desenvolvimento no Nordeste, no período de 2011 a 2016, realizado pela PricewaterhouseCoopers (PwC), uma das maiores consultorias globais, mostra que de 4.775 empreendimentos na área de infraestrutura produtiva, logística e transporte, atualmente em execução, a Bahia responde com 850 projetos, com um total de investimentos de R$ 68 bilhões. São projetos nas áreas de transportes (portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e metrô) e em segmentos não tradicionais, como a área de tecnologia da informação, educação, saúde e energia, avalia Marcelo Cioffi, sócio-diretor da PwC. 

No setor de energia, um dos projetos mais importantes vem sendo desenvolvido pela Dow Brasil, instalada em Aratu, em parceria com a Energias Renováveis do Brasil (ERB), para cogeração de energia a partir de biomassa de eucalipto. De acordo com Rodrigo Silveira, diretor de operações Aratu/Camaçari, o projeto prevê um investimento de R$ 265 milhões e a substituição de 170 metros cúbicos de gás natural pela produção anual de 1,08 milhão de toneladas de vapor industrial, a partir de toras de eucalipto.

Fonte: Valor Econômico
Publicada em:: 13/06/2014

sábado, 14 de junho de 2014

Bahia: Programa de mobilidade recebe mais R$ 6 bilhões

13/06/2014 - Valor Econômico


Os investimentos na infraestrutura produtiva, de logística e transportes são os fatores responsáveis pela escalada de crescimento da economia da Bahia, nos últimos anos. Mas, do ponto de vista social, a questão da mobilidade urbana salta aos olhos como uma das maiores preocupações. Até 2017, o governo federal deve ser o maior investidor dos R$ 6 bilhões que serão aplicados no sistema metroviário Salvador-Lauro de Freitas, uma obra que, nos últimos 14 anos, construiu apenas seis quilômetros de vias ainda inoperantes "Sob o aspecto da qualidade de serviços à população, especialmente da mais pobre, a questão de mobilidade é gravíssima, pois fere a dignidade do cidadão", diz Bruno Dauster, chefe de gabinete da Casa Civil do governo da Bahia.

Para dar conta desse desafio, na área de mobilidade urbana, o governo estadual assumiu, em meados do ano passado, as obras de construção do metrô, até então sob responsabilidade da Prefeitura de Salvador. E modificou o modelo de contratação para construção e operação. "Criamos uma Parceria Público Privada, para concessão ao longo de 30 anos, que é um modelo mais competitivo para o transporte coletivo", indica Dauster.

O grupo CCR, formado pela Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido, único consórcio a se apresentar, foi declarado vencedor da licitação. "A mudança mais significativa é que o metrô deixa de ser uma obra pública para virar concessão. Isso tira o foco da obra e coloca o foco na prestação do serviço", diz Harald Peter Zwetkoff, diretor presidente da CCR Metrô Bahia.

Segundo ele, a modelagem do negócio para uma primeira etapa prevê um investimento total de R$ 3,6 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão provenientes do governo federal, R$ 1 bilhão do governo estadual e R$ 1,4 bilhão restantes da concessionária. Com isso, se viabiliza a construção e o início da operação e manutenção do sistema, até abril de 2017, com etapas intermediárias.

"Em junho, iniciamos uma operação assistida do primeiro trecho, que vai da Lapa até a estação do Retiro. Em janeiro de 2015, o metrô chega até a estação de Pirajá, em outubro, até a Rodoviária, em abril de 2016, pegamos mais quatro estações, em outubro, outras quatro estações, e, em abril de 2017, chegamos ao aeroporto, fechando toda a inserção do projeto", diz Zwetkoff.

Outro foco estratégico é a integração do sistema portuário e ferroviário para escoamento de parte da produção de grãos do Oeste baiano e de minérios na região de Caetitê. O projeto de construção do Complexo Porto Sul, em Ilhéus, está praticamente definido, dependendo apenas da avaliação dos estudos ambientais complementares pedidos pelo Ibama, que serão entregues até agosto, diz Carlos Costa, secretário da Indústria Naval e Portuária da Bahia. Com investimento previsto em R$ 5 bilhões, o Complexo Porto Sul terá duas unidades: um Terminal de Uso Privativo (TUP), que deverá ser construído pela Bahia Mineração (Bamim), com capacidade de movimentação de carga de até 45 milhões de toneladas por ano, e um terminal multiuso, que será construído por meio de uma Sociedade de Propósitos Específicos (SPE).

O Complexo Porto Sul funciona como elo vital em uma cadeia de transportes que tem como elemento a sua integração com a Ferrovia Oeste-Leste, uma obra do governo federal incluída no Plano Nacional da Viação, orçada em R$ 6 bilhões. Segundo informações da Valec- Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., controlada pelo Ministério dos Transportes, a Fiol terá 1.527 quilômetros de extensão, saindo de Ilhéus até chegar a Figueirópolis, no Tocantins, ponto de interligação com a Ferrovia Norte-Sul. O trecho que está sendo executado na Bahia tem 1.027 quilômetros e a capacidade inicial da ferrovia é de transportar 40 milhões de toneladas ao ano.

Um mapeamento dos investimentos em desenvolvimento no Nordeste, no período de 2011 a 2016, realizado pela PricewaterhouseCoopers (PwC), uma das maiores consultorias globais, mostra que de 4.775 empreendimentos na área de infraestrutura produtiva, logística e transporte, atualmente em execução, a Bahia responde com 850 projetos, com um total de investimentos de R$ 68 bilhões. São projetos nas áreas de transportes (portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e metrô) e em segmentos não tradicionais, como a área de tecnologia da informação, educação, saúde e energia, avalia Marcelo Cioffi, sócio-diretor da PwC.

No setor de energia, um dos projetos mais importantes vem sendo desenvolvido pela Dow Brasil, instalada em Aratu, em parceria com a Energias Renováveis do Brasil (ERB), para cogeração de energia a partir de biomassa de eucalipto. De acordo com Rodrigo Silveira, diretor de operações Aratu/Camaçari, o projeto prevê um investimento de R$ 265 milhões e a substituição de 170 metros cúbicos de gás natural pela produção anual de 1,08 milhão de toneladas de vapor industrial, a partir de toras de eucalipto. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Bahia: Programa de mobilidade recebe mais R$ 6 bilhões

13/06/2014 - Valor Econômico

Os investimentos na infraestrutura produtiva, de logística e transportes são os fatores responsáveis pela escalada de crescimento da economia da Bahia, nos últimos anos. Mas, do ponto de vista social, a questão da mobilidade urbana salta aos olhos como uma das maiores preocupações. Até 2017, o governo federal deve ser o maior investidor dos R$ 6 bilhões que serão aplicados no sistema metroviário Salvador-Lauro de Freitas, uma obra que, nos últimos 14 anos, construiu apenas seis quilômetros de vias ainda inoperantes "Sob o aspecto da qualidade de serviços à população, especialmente da mais pobre, a questão de mobilidade é gravíssima, pois fere a dignidade do cidadão", diz Bruno Dauster, chefe de gabinete da Casa Civil do governo da Bahia.

Para dar conta desse desafio, na área de mobilidade urbana, o governo estadual assumiu, em meados do ano passado, as obras de construção do metrô, até então sob responsabilidade da Prefeitura de Salvador. E modificou o modelo de contratação para construção e operação. "Criamos uma Parceria Público Privada, para concessão ao longo de 30 anos, que é um modelo mais competitivo para o transporte coletivo", indica Dauster.

O grupo CCR, formado pela Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido, único consórcio a se apresentar, foi declarado vencedor da licitação. "A mudança mais significativa é que o metrô deixa de ser uma obra pública para virar concessão. Isso tira o foco da obra e coloca o foco na prestação do serviço", diz Harald Peter Zwetkoff, diretor presidente da CCR Metrô Bahia.

Segundo ele, a modelagem do negócio para uma primeira etapa prevê um investimento total de R$ 3,6 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão provenientes do governo federal, R$ 1 bilhão do governo estadual e R$ 1,4 bilhão restantes da concessionária. Com isso, se viabiliza a construção e o início da operação e manutenção do sistema, até abril de 2017, com etapas intermediárias.

"Em junho, iniciamos uma operação assistida do primeiro trecho, que vai da Lapa até a estação do Retiro. Em janeiro de 2015, o metrô chega até a estação de Pirajá, em outubro, até a Rodoviária, em abril de 2016, pegamos mais quatro estações, em outubro, outras quatro estações, e, em abril de 2017, chegamos ao aeroporto, fechando toda a inserção do projeto", diz Zwetkoff.

Outro foco estratégico é a integração do sistema portuário e ferroviário para escoamento de parte da produção de grãos do Oeste baiano e de minérios na região de Caetitê. O projeto de construção do Complexo Porto Sul, em Ilhéus, está praticamente definido, dependendo apenas da avaliação dos estudos ambientais complementares pedidos pelo Ibama, que serão entregues até agosto, diz Carlos Costa, secretário da Indústria Naval e Portuária da Bahia. Com investimento previsto em R$ 5 bilhões, o Complexo Porto Sul terá duas unidades: um Terminal de Uso Privativo (TUP), que deverá ser construído pela Bahia Mineração (Bamim), com capacidade de movimentação de carga de até 45 milhões de toneladas por ano, e um terminal multiuso, que será construído por meio de uma Sociedade de Propósitos Específicos (SPE).

O Complexo Porto Sul funciona como elo vital em uma cadeia de transportes que tem como elemento a sua integração com a Ferrovia Oeste-Leste, uma obra do governo federal incluída no Plano Nacional da Viação, orçada em R$ 6 bilhões. Segundo informações da Valec- Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., controlada pelo Ministério dos Transportes, a Fiol terá 1.527 quilômetros de extensão, saindo de Ilhéus até chegar a Figueirópolis, no Tocantins, ponto de interligação com a Ferrovia Norte-Sul. O trecho que está sendo executado na Bahia tem 1.027 quilômetros e a capacidade inicial da ferrovia é de transportar 40 milhões de toneladas ao ano.

Um mapeamento dos investimentos em desenvolvimento no Nordeste, no período de 2011 a 2016, realizado pela PricewaterhouseCoopers (PwC), uma das maiores consultorias globais, mostra que de 4.775 empreendimentos na área de infraestrutura produtiva, logística e transporte, atualmente em execução, a Bahia responde com 850 projetos, com um total de investimentos de R$ 68 bilhões. São projetos nas áreas de transportes (portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e metrô) e em segmentos não tradicionais, como a área de tecnologia da informação, educação, saúde e energia, avalia Marcelo Cioffi, sócio-diretor da PwC.

No setor de energia, um dos projetos mais importantes vem sendo desenvolvido pela Dow Brasil, instalada em Aratu, em parceria com a Energias Renováveis do Brasil (ERB), para cogeração de energia a partir de biomassa de eucalipto. De acordo com Rodrigo Silveira, diretor de operações Aratu/Camaçari, o projeto prevê um investimento de R$ 265 milhões e a substituição de 170 metros cúbicos de gás natural pela produção anual de 1,08 milhão de toneladas de vapor industrial, a partir de toras de eucalipto. 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dilma faz viagem de inauguração do metrô de Salvador

12/06/2014 - A Tarde - Salvador / Folha de SP

Depois de atraso, a presidente Dilma Rousseff e o governador Jaques Wagner iniciaram a viagem inaugural do metrô de Salvador. Antes, a presidente foi benzida por baianas. O evento é fechado e tem a participação de políticos. A população poderá usar o metrô gratuitamente a partir das 14 horas.

Nos próximos três meses, os trens irão funcionar em regime especial. Durante esse período, a CCR Metrô Bahia, que administra o sistema, pretende fazer ajustes necessários para que o metrô possa funcionar plenamente em 15 de setembro, quando começará a fase comercial. Até lá, a entrada é gratuita.

No primeiro momento, o metrô fará o percurso Lapa-Acesso Norte. Porém, segundo a CCR, a estação do Retiro deve ser incluída como ponto final do trajeto ainda no fim deste mês, com a conclusão das obras.

A operação ocorrerá em horário reduzido, mas o período de funcionamento aumentará progressivamente. No mês de junho, o metrô funciona de segunda a sexta, das 12h às 16h.

Copa

Nos seis dias de jogos da Copa em Salvador, o metrô funcionará de maneira diferenciada. Cerca de dois mil torcedores chegarão à estação do Acesso Norte em ônibus previamente cadastrados. De lá, seguirão por trem para o Campo da Pólvora e, dali, a pé para a Fonte Nova.

"Por uma questão de segurança operacional, nós decidimos limitar [a entrada no metrô] nos dias de jogos", disse Carlos Martins, presidente da Companhia de Transportes da Bahia (CTB).

Com o início da operação comercial, em setembro, a tarifa passará a ser cobrada. O valor fixado é de R$ 3,10, para quem vai utilizar somente o metrô.

Para a integração com o ônibus, o custo será de R$ 3,90. Esse valor dá direito ao usuário pegar dois ônibus mais o metrô em um período de duas horas.

A integração será feita por meio de um cartão pré-pago, nos moldes do Salvador Card, que valerá para os dois modais. A CCR estuda como irá comercializar os passes.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur) informou que benefícios de meia-passagem e gratuidade para idosos e crianças de até 5 anos serão válidos no metrô. Segundo a concessionária, ainda não foi definido de que forma os benefícios serão concedidos.

Na fase comercial, o horário de funcionamento também será ampliado. O metrô irá operar de domingo a domingo, das 5h às 0h.

Em nota, a Secretaria de Urbanismo e Transporte de Salvador (Semut) informou que está elaborando, junto com a CCR, um plano operacional de integração entre ônibus e metrô. A previsão é finalizar até agosto.

"Por enquanto, não serão criadas novas linhas [de ônibus], mas serão ajustadas algumas linhas que atualmente percorrem o trecho que será atendido pelo metrô", diz o texto.

Sobre a possibilidade de os ônibus rodarem até mais tarde, a Semut diz que a população já dispõe de transporte coletivo até a meia-noite.

Velocidade reduzida

A partir do dia 15 de setembro, quando começará a fase comercial, o percurso de 7,3 km entre as estações Lapa e Retiro será feito em 18 minutos.

Durante a operação assistida, porém, esse tempo poderá ser maior, visto que os trens funcionam com velocidade reduzida.

De acordo com o diretor-presidente da CCR, Harald Peter Zwetkoff, os soteropolitanos aos poucos vão se acostumar com o novo modal de transporte e perceber as vantagens do metrô. 

"O tempo de percurso do metrô é fixo. Quer chova, quer faça sol, você vai gastar do Retiro à Lapa 18 minutos. Especialmente nos horários de pico, isso vai ser altamente vantajoso", diz  Zwetkoff.

O percurso é feito por seis trens com capacidade para mil pessoas cada. O intervalo de espera entre um trem e outro é de dez minutos.

O gestor informa que em julho do ano que vem chegarão outros 30 novos trens - com isso, o intervalo cairá, progressivamente, para três minutos.

Os novos trens também passarão a operar  na linha 2 (Acesso Norte-Aeroporto) à medida que as estações forem entregues. O percurso completo será feito em 33 minutos. A previsão de entrega da última estação, a do Aeroporto, é para abril de 2017.

Staff

Dos 300 funcionários que irão atuar no metrô, 88% são baianos. Os que irão trabalhar na operação dos trens  passaram por três meses de  treinamento para se familiarizarem com o sistema metroviário em si.

Outros, porém, prepararam-se para solucionar as possíveis dúvidas do público, que  não está acostumado com o metrô.

As estações, por sua vez, foram bem sinalizadas. Uma linha no chão da área de embarque estabelece o limite seguro que os usuários devem respeitar até que o trem chegue à plataforma. Durante o percurso, um aviso sonoro indica qual  a  estação seguinte.

Dilma chama metrô de "calça comprida"

"Metrô de calça comprida", assim foi chamado o equipamento pela presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira, 11, durante inauguração do Sistema Metroviário de Salvador. Em tom de brincadeira, a presidente se referiu ao jeito jocoso da população de chamar o metrô de calça curta, por conta da redução do trecho atendido pelo equipamento para 7,3 km entre Lapa e Retiro.

"Me disseram que tinha uma história que o metrô tinha 12 km e depois foi sendo reduzido. O povo é justo e chamava de metrô de calça curta. Mas estamos inaugurando aqui o metrô de calça comprida, porque a linha 1 vai ter continuidade. Nós já temos recurso inteiramente reservado para continuidade da linha 1", explicou Dilma, após fazer a viagem inaugural entre o Acesso Norte e o Campo da Pólvora ao lado do governador Jaques Wagner.

De acordo com a presidente, o repasse de verba federal garante a extensão do metrô até Cajazeiras e também há previsão de construir a linha 2, ligando Bonocô até Lauro de Freitas. Essa etapa deve ficar pronta em abril de 2017. Dilma destacou a importância de entregar o metrô por etapas, permitindo que a população use os trechos que já estão prontos.

A presidente aproveitou para criticar os governos anteriores ao PT. "Antes o governo investia pouco em mobilidade urbana, porque dizia que era problema dos estados e municípios. Então o governo federal lavava as mãos e não investia. Assim as obras não saiam. Hoje o recurso é dos bancos públicos federais, por achamos que o governo federal não tem obrigação legal, mas tem obrigação moral de investir em mobilidade urbana. Porque eu sou presidenta dos brasileiros, portanto de todos os soteropolitanos, de todos baianos. Não pode fingir que o governo federal é apenas Brasília".

Eleição

Dilma ainda aproveitou a cerimônia de inauguração para fazer palanque para o deputado federal Rui Costa, pré-candidato do PT ao governo estadual. "Quero agradecer em separado a Rui Costa, porque nessa questão do metrô e da mobilidade urbana, ele foi um dos grandes interlocutores com o governo federal. Muitas vezes só o número 1 (em referência a Jaques Wagner) recebe os louros. Mas nós (o PT) temos uma tradição desde o dia que o (então) presidente Lula disse que eu era a mãe do PAC. Você Jaques poderia colocar o Rui como pai do PAC na Bahia".

A presidente ainda ressaltou o papel do governador na conclusão do metrô depois de 14 anos de obras e elogiou a decisão do prefeito ACM Neto de transferir a responsabilidade pela obra para o Estado. Wagner também destacou a atitude de ACM Neto.

Salvador: Inauguração fez muita gente pegar o metrô para conhecer

Flashes para todos os lados. Parecia festa, mas era a inauguração do metrô, 14 anos depois do início das obras. A novidade foi tanta que a muita gente decidiu fazer o trajeto Lapa-Acesso Norte  na tarde desta quarta-feira, 11, só por curiosidade.

Segundo a assessoria da CCR Metrô Bahia, que administra o sistema, 4.200 passageiros utilizaram nesse primeiro dia de operação assistida. Durante essa  fase, a tarifa é gratuita.

Por conta do evento de inauguração, o funcionamento do metrô foi iniciado às 13h07. A partir desta quinta-feira, 12, os trens irão rodar das 12h às 16h.

Nos dias de jogos da Copa em Salvador, porém, apenas torcedores cadastrados poderão utilizar o sistema metroviário.

A euforia de um grupo de 15 estudantes foi tão grande que um funcionário da CCR precisou dar bronca. "É a primeira vez que o metrô anda e já querem expulsar a gente!", reclamou Gabriel Pires, 15 anos.

No mesmo vagão, sentadinho e aproveitando a vista, estava o aposentado Antônio de Jesus, 68. Ele, que nunca tinha pisado em um trem, foi andando do Comércio à Lapa só para conhecer o metrô.

Nem mesmo quem estava trabalhando resistiu à tentação de tirar fotos dos trens novinhos. Natural de Araraquara, São Paulo, o mecânico Ademir Contarim registrava cada minuto de viagem.

"Lá em São Paulo a gente está acostumado com trem, mas aqui a gente ajudou a implantar o metrô", disse.

Uma parte dos usuários parecia um pouco perdida, mas funcionários da CCR distribuíam folhetos explicativos e se ofereciam para ajudar os passageiros com dúvidas.

No Campo da Pólvora, algumas pessoas olhavam para a entrada da estação com certa relutância. "Acho que vou entrar para ver como é. Será que já pode?", perguntou uma senhora para um dos seguranças.

Folha de SP

Inauguração de metrô tem beijo no chão e gritos de 'finalmente'

Sob gritos de "finalmente" e muitas pessoas tirando fotos, o metrô de Salvador teve a sua primeira viagem aberta ao público. Após 14 anos de obras, uma linha começou a funcionar operando ao longo de 6,6 km entre o Acesso Norte, próximo à saída da cidade pela BR-324, e a Lapa, no centro da Salvador.

Mesmo com uma estação a menos que o prometido, a obra, que já consumiu R$ 1 bilhão, foi inaugurada na manhã desta quarta-feira (11) pela presidente Dilma Rousseff.

Além de operários da obra e funcionários da concessionária CCR, que vai operar o sistema, oito passageiros estavam na primeira viagem.

"São anos de espera da população de Salvador, que sofreu e viu dinheiro sendo jogado fora nesta obra. Por isso, fiz questão de ser o primeiro", disse o comerciário Cristiano Costa, 36. Maria Augusta Vaz, 44, acenava da janela para quem de fora via a passagem dos trens e gritava: "É de verdade, é de verdade".

O operário Magno Santos, 40, beijou o chão do vagão ao entrar no trem. "É uma emoção enorme. Criei meus filhos trabalhando aqui", disse.

O metrô de Salvador funcionará gratuitamente até 15 de setembro, quando começará a operação comercial. A passagem custará R$ 3,10.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Metrô de Salvador será inaugurado com trecho de 7,3 km

04/06/2014 - A Tarde (BA)

Foram 15 anos de espera, mas o momento, enfim, chegou. No próximo dia 11, o metrô de Salvador inicia as atividades com a operação assistida. Durante essa fase, que vai até 15 de setembro, os soteropolitanos poderão utilizar os trens de forma gratuita para o trajeto entre as estações do Retiro e da Lapa.

Neste primeiro momento, o metrô funcionará em velocidade e horários reduzidos. A ideia é que a concessionária que administra o serviço, a CCR Metrô Bahia, utilize esse período para fazer os ajustes necessários ao pleno funcionamento.

Nos seis dias de jogos da Copa do Mundo da Fifa em Salvador, porém, o serviço funcionará em regime especial. Nestas ocasiões, cerca de 2 mil torcedores utilizarão os trens para chegar à estação Campo da Pólvora e, de lá, seguir para a  Fonte Nova.

Por conta do tempo sem uso, algumas estações precisaram passar por reformas. De acordo com o diretor-presidente da CCR, Harald Peter Zwetkoff, foram necessários alguns reparos básicos como a troca de vidros e lâmpadas, limpeza e pintura.

Também foi preciso adequar os locais para atender às pessoas com deficiência. Além de piso tátil, as estações terão escada rolante e elevador. Os seis trens, por sua vez, passaram por revisões do sistema de freios, portas, propulsão e ar condicionado. Eles chegaram à capital em 2008 e ficaram em galpões durante um ano e meio.

"Os trens foram desmontados e remontados e passaram pelos ajustes necessários para ficarem compatíveis com os 30 novos trens que vão chegar em julho do ano que vem", disse Zwetkoff.

Expansão

Uma das metas estabelecidas no contrato da CCR  é a entrega de mais duas estações da linha 1. As paradas Bom Juá e Pirajá devem estar prontas para operação já em 15 de janeiro de 2015.

Existe ainda o projeto de levar o metrô até Águas Claras, de maneira a atender também à população de Cajazeiras. A CCR apresentou uma proposta para o governo, que está discutindo e avaliando essa possibilidade.

 Já a linha 2, que irá do Acesso Norte ao aeroporto e deve ficar pronta em abril de 2017. As obras serão iniciadas em breve, com o fim do período de sondagem do terreno.

As duas primeiras estações (Detran e Rodoviária), porém, já começam a funcionar em outubro de 2015.

Outras quatro paradas (Pernambués, Imbuí, CAB e Pituaçu) entram em operação em abril de 2016, enquanto Flamboyant, Tamburugy, Bairro da Paz e Mussurunga serão inauguradas em outubro desse mesmo ano.

Por último, a estação aeroporto será finalizada em abril do ano seguinte. Se houver demanda, uma nova parada pode ser construída em Lauro de Freitas.

Na maior parte do percurso, segundo Zwetkoff, o metrô será de superfície, na mesma altura do terreno. Alguns trechos,  como Detran-Rodoviária, serão construídos em elevação.

"O metrô não será subterrâneo por uma questão de custo benefício.   No canteiro central da Paralela, praticamente não haverá desapropriação. Algumas interferências viárias de alça de retorno precisam ser feitas, mas, mesmo assim, se justifica fazer na superfície", explicou. Com todas as ampliações, o metrô terá 34 km.

Histórico das obras do metrô

1999 - O então prefeito Antônio Imbassahy abre a concorrência pública para construção do metrô
01.2000 - As obras são iniciadas. Nessa época, esperava-se que fosse entregue em 2004 o trecho Lapa-Pirajá
09.2006 - Tribunal de Contas da União pede suspensão de obras do metrô após denúncias de superfaturamento
11.2008 - Primeiros trens chegam a Salvador e são guardados em galpões por um ano e meio
04.2013 - ACM Neto e Jaques Wagner assinam acordo e metrô passa a ser responsabilidade do governo do estado
10.2013 - CCR assina contrato com governo e obras são retomadas após 18 meses de paralisação
11.06.2014 - Início previsto da operação assistida do trecho  Lapa- Retiro

terça-feira, 3 de junho de 2014

Presidente da CCR fala sobre as obras do metrô de Salvador

03/06/2014 - A Tarde - BA

Homens trabalham dia e noite, inclusive nos fins de semana para que as linhas 1 e 2 do metrô sejam inauguradas dentro do cronograma. Para Harald Peter Zwetkoff, diretor presidente da CCR Metrô Bahia, concessionária responsável pela construção e operação do modal, os principais desafios são os prazos e a organização do trabalho. O prazo previsto inicialmente para a entrega do metrô era de 3 anos e 4 meses. Entretanto, o projeto já se arrasta por 14 anos e já custou R$ 1 bilhão à prefeitura, antiga gestora das obras. Nessa entrevista, Harald opina sobre os principais motivos para o atraso, revela como serão os trens e como vai funcionar o pagamento. O presidente também comenta sobre a ausência de banheiros nas estações de Brotas e do Campo da Pólvora, sobre o embargo de uma frente de trabalho no Retiro e sobre a demolição dos galpões da empresa Módulo Logística para a construção de uma área de manutenção dos trens.

O metrô se arrasta por 14 anos. Em sua opinião, qual o motivo de tal atraso?

Houve mudança de modelo, de construção para concessão. Antes, a administração pública contratava uma empresa para executar determinada obra. Então, a empresa tinha dificuldades, tinha que negociar novos preços, e havia questões contratuais. Agora, fomos contratados para a concessão e o nosso negócio não é a obra, é operar o metrô. Para que a operação seja iniciada, a obra tem que ser concluída.

O que muda com o modelo de concessão?

Se precisamos operar o metrô, temos que superar todas as dificuldades da obra. Todas as negociações comerciais e contratuais ficam em segundo plano. Antigamente, a prefeitura ia contratar o metrô, mas não sabia quem ia operar. E se atrasasse, quem ia pagar? Não tinha muita penalidade. Hoje, se eu não cumpro os marcos contratuais, eu não recebo as parcelas dos aportes do governo federal e estadual, porque o contrato é uma Parceria Público Privado [PPP]. A cada etapa de construção que eu concluo, a cada estação que eu inauguro, eu recebo uma parcela dos recursos do Governo.

O cronograma do metrô continua o mesmo, ou houve alguma alteração?

A única alteração que fizemos até o momento foi a antecipação do início da operação assistida que passa a ser no dia 11 e não 30 como estava previsto. A operação comercial começa em 15 de setembro. O trecho entre o Acesso Norte e Pirajá inicia em janeiro de 2015. E em outubro começamos a linha 2 [Acesso Norte - Iguatemi].

Funcionários ainda fazem reparos na Estação do Campo da Pólvora, que deve estar pronta até o dia 11. Que reparos são esses?

Em todas as estações estamos fazendo uma série de trabalhos e os principais são de adequação às normas de acessibilidade. Nós estamos instalando piso tátil, corrimões de escada, além de acabamentos formais na parte de hidráulica, elétrica. As equipes de revitalização estão limpando, trocando vidro, tem muito trabalho para fazer, mas com certeza elas ficarão prontas até o dia 11.

A segurança dos trens já foi testada?

Está sendo testada há um mês. Já circulamos com os trens em velocidades variadas, colocamos cargas muito maiores que as de passageiros, com saco de areia simulando 10 passageiro por metro quadrado, algo que nunca vai acontecer. A certificação ainda está em andamento, mas já tivemos provas de que o sistema é seguro.

Que conforto os trens vão oferecer aos passageiros?

Ar condicionado, sistema de som para comunicação direta, ou seja conteúdo de mídia, notícia e informações aos usuários. Também têm controle de velocidade e controle de frenagem. Além dos 6 que já existem, vamos comprar mais 28.

Como será feito o pagamento da passagem, a partir de setembro?

O metrô vai ter uma tarifa de R$ 3,10 e uma tarifa de integração com ônibus de R$ 3,90. Ambas fixadas pelo estado. A de integração dá direito ao metrô e duas integrações com ônibus.

Atualmente, os operários trabalham dia e noite e também aos domingos. Esse esforço é necessário?

O cronograma é muito desafiador. Assinamos o contrato no dia 15 de outubro. Gastamos os meses de outubro, novembro e dezembro para revisar os projetos. Começamos com força mesmo em janeiro. Conseguir inaugurar a estação do Retiro em poucos meses não é fácil. Pela complexidade da obra, pelo volume de serviços envolvidos, pela certificação de segurança, que é muito importante. Com isso tudo, não dá para trabalhar 8 horas por dia. Então trabalhamos em três turnos. Aproveitamos todas as horas do dia para conseguir entregar o metrô no prazo.

Quantos funcionários trabalham nas obras do metrô?

Atualmente, são dois mil e a expectativa é que este total chegue a 3.400 até o final da obra. No início, trouxemos pessoas de fora, principalmente engenheiros, por terem estudado projetos na área de metrô. Mas, hoje, 88% da nossa mão de obra é baiana. A maioria dos operadores de trem que contratamos, por exemplo, é baiana.

O grupo já providenciou a construção de banheiros na Estação de Brotas?

Não. Fizemos um inventário e percebemos que poucas estações de metrô, até mesmo de outros países, contam com banheiro. Será possível usar os banheiros dos terminais de integração. As novas estações estão sendo projetadas com banheiro. Nas existentes, como a de Brotas e Campo da Pólvora, não terão por agora. Implantar banheiro nesses locais é complicado, porque a estação já está toda construída, cavada na rocha. Para instalar o banheiro é preciso pensar nas redes de fornecimento de água e de esgotamento sanitário. Não é uma solução simples. Está sendo estudada. Por enquanto, vai começar a funcionar sem banheiro.

Uma das frentes de trabalho do metrô foi embargada recentemente por falha de segurança nos canteiros, segundo a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego. Que falha foi essas?

Primeiramente, quem faz a obra não é a concessionária. Nós contratamos uma empresa, fiscalizamos e cobramos todos os procedimentos de segurança. O que houve foi um entendimento do Ministério de Trabalho que, para o trabalho em altura, os equipamentos de segurança disponíveis deveriam ser reforçados. Já foi reforçado e voltamos à normalidade. Nós trabalhamos desde outubro, temos 2 mil funcionários e apenas um acidente de trabalho, por causa de um portão que estava enferrujado e caiu.

A CCR teve participação na demolição dos galpões de Pirajá, que, segundo a Sucom, foi feita sem alvará?

Aqueles galpões estavam numa área que será usada para a realização da manutenção dos trens. Essa área toda já estava desapropriada desde 2003, segundo o edital de licitação. Ao começarmos o trabalho, vimos que havia ocupações irregulares que já deveriam ter saído. Foi expedido um mandado judicial. Então, a partir daí, nós tomamos posse do terreno para as demolições. É normal que, com a pressa para construir as obras, algumas formalidades sejam concluídas com atraso. Mas, podemos dizer que, hoje, temos a autorização e está tudo regularizado.