segunda-feira, 14 de maio de 2012

Metrô/BA vai operar no segundo semestre só para testes

09/05/2012 - Correio 24 Horas

O governo baiano vai buscar recursos junto à União para colocar em funcionamento a linha 1 do metrô no próximo semestre

O governo do estado vai buscar R$ 32 milhões junto à União  para colocar em funcionamento a linha 1 do metrô (Lapa-Acesso Norte) no próximo semestre. Mas isso não significa que o metrô vai operar comercialmente, como quer a prefeitura.

“A posição do governo é que não é viável funcionar comercialmente só com os seis quilômetros. Mas, os equipamentos já ficaram parados tempo demais e precisam ter algum funcionamento para preservar o investimento. Só vale operar comercialmente quanto tiver pelo menos a conclusão da linha da Paralela. Não podemos fazer coisa de amador”, afirmou o secretário  da Casa Civil, Rui Costa, que participou ontem de uma reunião com o governador Jaques Wagner e o vice-prefeito Edvaldo Brito.

Segundo ele, a operação da linha 1 do metrô será feita de forma assistida. “Terá transporte de passageiro, mas não será contínua. Podemos operar três dias por semana, por exemplo, e depois quatro. Mas são os técnicos que vão dizer. A operação será para condicionar, para testar o equipamento”, disse Costa, referindo-se à revisão dos vagões e manutenção do sistema.

A previsão, diz ele, é que a operação assistida funcione até o final do ano. “Chegamos a um entendimento com o município. A perspectiva é que a operação assistida vá até o final do ano e, após o condicionamento, será entregue ao vencedor da PPP”.

Na reunião, ficou acertado que a complementação da linha 1, com 12 km de extensão, entre a Lapa e Pirajá, será incluída no projeto de implantação da linha 2, do Acesso Norte, em Salvador, a Lauro de Freitas, passando pela Paralela, através de Parceria Público-Privada (PPP). 
 

Ajuda do Estado ao metrô da Bahia gera dúvidas

11/05/2012 - Tribuna da Bahia Online

Pelos cálculos do governo e da Prefeitura, são necessários R$ 40 mi para iniciar a pré-operação do metrô, que tem seis quilômetros de extensão.

Por Raul Monteiro

A mudança de 180³ na postura do governo do Estado com relação ao metrô de Salvador desencadeou um conjunto de especulações nada confortáveis na equipe do prefeito João Henrique (PP) sobre o que pode estar por trás da guinada.

Uma delas é que, aproveitando-se de seu poderio publicitário e de mídia, o governo estadual pode estar interessado em assumir a paternidade do empreendimento, de olho nas eleições municipais, mesmo depois de ter se colocado frontalmente contra o equipamento.

A outra é que, ao acenar com o levantamento dos recursos para o tramo I do metrô, a administração estadual pode, na realidade, estar tentando assumir a condução de todo o processo para, deliberadamente, retardar a chegada do dinheiro, jogando a operação do novo sistema de transportes apenas para o ano que vem, muito tempo depois, portanto, das eleições municipais, quando o funcionamento do sistema pode ser apresentado como uma grande realização do governo João Henrique, beneficiando o candidato que ele apoiar.

Na equipe do prefeito, o temor é tamanho com relação à entrada em cena do governo do Estado na história que já há quem esteja sugerindo a João Henrique que levante diretamente o dinheiro no orçamento do município de forma a colocar o metrô em funcionamento de qualquer forma até agosto, ou seja, antes das eleições.

Pelos cálculos do governo e da Prefeitura, são necessários R$ 40 mi para iniciar a pré-operação do metrô, que tem seis quilômetros de extensão.

Como o dinheiro não precisa ser desembolsado de uma única vez, a Prefeitura poderia se preparar para aportar os recursos, parceladamente, a partir de agosto, a tempo de dar à população o direito de usar o equipamento, durante a pré-operação, de forma gratuita.

“Muito estranha essa mudança repentina na postura do governo do Estado com relação ao metrô. Antes, era contra. Agora, repentinamente, ficou a favor”, disse ao Política Livre uma fonte com acesso direto ao gabinete do prefeito.

A mesma fonte avalia que, embora a mudança de postura do governo possa ser considerada uma vitória pessoal do prefeito, que passou a peregrinar pelos meios de comunicação defendendo o funcionamento do equipamento desde que a ministra Míriam Belquior (Planejamento), em visita à Bahia, questionou a operação, nenhuma explicação razoável surgiu até agora para tamanha virada.

Mesmo a tese de que, caso não mudasse, o governo petista estaria prejudicando o deputado federal do PT Nelson Pelegrino, que passaria a ser o único candidato a ficar contra o funcionamento do metrô na campanha municipal, não convenceu ainda os aliados do prefeito.

“Tem, com certeza, mais coisa por trás disso”, analisa outra fonte próxima de João Henrique, lembrando que o gestor foi o responsável pelo destravamento burocrático que permitiu a conclusão dos seis quilômetros do metrô.

Quando João Henrique assumiu a Prefeitura em 2004, encontrou apenas 20% das obras do metrô concluídas, envolvendo-se numa operação de guerra, no que teve o apoio de todos os partidos baianos, do PT ao DEM, para retomar os investimentos e concluir o empreendimento, cujo tamanho foi definido pelo governo federal.

Metrô de Salvador entra em operação neste ano

09/05/2012 - G1

O governo da Bahia e a prefeitura de Salvador se reuniram na terça-feira (8) e fizeram um acordo que definiu que a complementação da linha um do metrô, com 12 Km entre a Lapa e Pirajá, vai ser incluída no projeto de mobilidade urbana que prevê a implantação da linha dois, com 22 Km, ligando a Rótula do Abacaxi ao município de Lauro de Freitas, passando pela Avenida Paralela. Os recursos serão conseguidos através de Parceria Público-Privada (PPP).

Também ficou acertado que o Governo Federal, Governo do Estado e prefeitura vão tomar medidas para colocar em atividade já no próximo semestre o trecho de 6 km entre a Lapa e o Acesso Norte, na Rótula do Abacaxi. O trecho já foi concluído e os trens começaram a ser testados no ano passado. O custo será de R$ 32 para a revisão dos vagões e a manutenção do sistema.

O termo de cooperação ainda vai ser assinado e logo depois será lançado o edital da Parceria Público-Privada. Quem vencer a licitação vai construir o restante do metrô e operar o sistema. A meta é que até a Copa de 2014, além do primeiro trecho, entre a Lapa e Pirajá, algumas estações da Paralela também já estejam funcionando, diz a nota do governo do estado.
O metrô de Salvador começou a ser construído no ano 2000 e deveria ter ficado pronto em 2003.